Eu sei que eu não tinha o direito de voltar a vir cheio de promessas e logo no momento a seguir ir-me embora sem aviso previsto, como sempre o fiz, em todas as vezes que tentamos ter alguma coisa em concreto. O amor que alimentei em relação a ti sempre foi assim, durava muito, uns dias umas horas e depois ia-se perdendo nos meses que se instalaram em nós; um dia eu era o homem por quem te apaixonaste num dia quando éramos muito novos, no outro a seguir já aparecíamos com amores novos, prontos a dar-lhes a atenção que um dia tivéramos dado um ao outro; talvez tenhas razão, conheci-te numa altura errada da minha vida, éramos novos, e a distancia não ajudava, mas eu largava sempre tudo ou quase tudo para ver o teu sorriso, e lamento mas o fantasma não eras tu, sempre fui eu, pouco tempo fico e quando vou tu nem consegues perceber o porque que fui; deixamos as promessas que escrevemos e levamos as recordações que tivemos, guardo todas as conversas e troca de palavras que um dia tivemos a capacidade de trocar, e lamento todas os bons dias e boas noites que não te soube dar, levo comigo todas as vezes que me ligaste a cantar uma musica, e guardo todos os vídeos que me tiveras feito; não tenho qualquer sentimento de raiva, e não tenho qualquer sentimento de revolta; estou de partida mas podes sempre contar comigo, e por mais orgulhosa que sejas, por mais palavras que me escrevas com raiva ou indiferença eu sei que é tudo de cabeça quente, que precisas de respirar fundo, explodires no momento a seguir e mais tarde sabes que te irei ouvir quando precisares, sempre fomos assim; não foi o nosso ano, e lamento que a nossa historia tenha acabado, lamento que não tenhamos ficado juntos, mas as vezes as coisas acontecem por uma razão. Eu fui teu, tu é que nem sempre foste minha. Toma conta de ti.
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