2010-03-30

Nós poderíamos ter sido, nós poderíamos ter ficado, nós poderíamos ter tido tudo. Não vamos mais conjugar o verbo ‘’ficar’’, porque não consigo ficar contigo, não desta maneira. Acreditei em ti, e em todas as palavras, em todos os verbos que tentaste conjugar comigo. Mas isso não basta. Temos que saber acreditar, e esse nunca soubeste conjugar comigo. Gostavas mais do verbo ‘’fugir’’ ou ‘’esquecer’’. Afinal o erro não era só eu. – Ou era? Ou eu é que estou a ser injusto? Se te mandei embora desta vez, foi porque não gosto de verbos a meio, e muito menos verbos inacabados. E tu conheces-me. Se te vais embora, se te foste embora, faz boa viagem. Espero que encontres os teus sonhos, mas não me culpes pelas noites mal dormidas da tua parte. Não me culpes pela minha falta de interesse em falar contigo. – Porque tudo isto é culpa dos teus verbos. Culpa cada um deles. Culpa a tua falta de humor, a tua falta de carinho a maior parte das vezes. Eu posso culpar a minha falta de tempo, algumas vezes, mas pelo menos soube amar. Enquanto tu não o sabias fazer, pelo menos comigo. Só amavas de vez em quando e disso eu não preciso.

2010-03-19


Não consigo dormir, já por varias vezes liguei o computador como de outras vezes tivera surgido mas não entrava no blog, por recordações que nele se encontram. Os dias tem se mantido igual, a rotina da faculdade, a preparação para os caloiros, para a queima das fitas, os exames que virão e que vão, tudo porque é o ultimo ano que estaremos todos juntos, e deixaremos de ser estudantes, e iremos entrar na idade adulta, no mundo o trabalho real. A incerteza de certos amigos, o medo do mundo exterior, as propostas de trabalho que nos vão surgir, a falta de tempo que se vai instalar, e as noites que deixaremos de passar todos juntos. Não estávamos á espera que este ano acaba-se tao rapidamente, não estávamos á espera de irmos todos embora. Uns para o porto como naturalmente poderá acontecer no meu caso, uns ficarão na cidade que cresceram, e outros acabaram por apanhar os aviões e irem tentar a sua sorte fora de Portugal, onde essa ida não estará fora do meu alcance e que gostaria de a confrontar ainda, antes de tomar qualquer decisão. As nossas ultimas ferias, os nossos últimos copos, não é que a amizade se vá embora, mas não será a mesma. Se bem que analisando as coisas, tenho sete amigos que estão comigo desde o liceu. Seremos sempre uma família, porque o somos, alias passamos mais tempo todo juntos, do que com a nossa família realmente. Foi bom crescer com cada um, ver os primeiros amores, as primeiras quedas, os primeiros erros e a realidade do mundo lá fora. Vou sentir saudades dos trabalhos de grupo que fazíamos, das noites a estudar matemática, e dos testes de geometria que odiávamos no 12ºano, não me esquecerei das aulas de desenho que dava sempre barraca, das vezes que faltávamos ás aulas para irmos comer ao McDonald, do dia que cada um de nós foi ao exame de condução, e no fim do exame os abraços fortes que demos. Não me esquecerei das festas de praia, e muito menos do maravilhoso fim de ano quando todos em cima das cadeiras fizemos o favor de saltar, seremos sempre um grupo fantástico. Não me esquecerei da força no dia do funeral do meu Pai, e muito menos da cumplicidade que tiveram quando andava sem paciência para nada. E claro não pode faltar, e não é que seja menos importante a festa supresa do meu aniversario em 2009. Ainda falta alguns meses, para dizermos adeus á faculdade e entramos num mundo verdadeiro, mas tenho a certeza que será os meses mais rápidos a serem passados.

/ (uma pequena parte do discurso que irei ler, no ultimo dia, se puder depois escrevo o resto).

2010-03-01


Não te vi a nascer com muita pena minha, nem soube logo da tua existência quando vieste ao mundo, não soube logo de ti, e tinham pena que não me apaixona-se por ti ou que não me rende-se ao teu encanto, a verdade é que me rendi, perdi-me no teu sorriso, perdi-me no teu olhar, perdi-me em ti, e em tudo que fazes. Quando brincas e fazes de tudo para te acompanhar, e quando digo que não posso, gritas bem alto, és demasiado mandona tanto como eu era na tua idade mas tu em versão feminina e mais perigosa. Temos muito em comum, herança de pai em quase tudo, é verdade. Temos o mesmo sorriso, as mesmas expressões e uma coisa que quase todos reparam quando olham para nós, a expressão do olhar quando nos perdemos em pensamentos, apesar de tu ainda não saberes o que isso é, as vezes perdes-te em alguma coisa. Ver-te a dormir é uma das coisas mais incríveis que vi, não porque é quando a casa se encontra sossegada, e tudo fica em silencio, e que se consegue meter a casa em ordem mas é quando olho para ti, o teu ar tranquilo, levando-te para o mundo de fantasias, o mundo sem problemas, sem tristezas. É fascinante ainda és pequena e já tens o dom do desenho, vais ser uma estilista, acho eu. – Pelo menos estas sempre a falar de roupa, e as tuas bonecas sou demasiado chiques para serem apenas bonecas e estarem num armário, a servir de decoração de quarto, e que na verdade são tantas que nunca chegam a brincar com todas e são esquecidas. Mas sempre bonitas :P. – Sabes que és a pessoa mais importantes, e não é que saibas ler, nem que saibas disto, nem fazes a mínima ideia do que isto se trata, mas é sempre bom expressão, escrever, algo para ti.- enquanto me perco aqui nas palavras, estas sentada no tapete da sala, com um ar de chateada só porque neguei um pedido teu.