2010-03-30

Nós poderíamos ter sido, nós poderíamos ter ficado, nós poderíamos ter tido tudo. Não vamos mais conjugar o verbo ‘’ficar’’, porque não consigo ficar contigo, não desta maneira. Acreditei em ti, e em todas as palavras, em todos os verbos que tentaste conjugar comigo. Mas isso não basta. Temos que saber acreditar, e esse nunca soubeste conjugar comigo. Gostavas mais do verbo ‘’fugir’’ ou ‘’esquecer’’. Afinal o erro não era só eu. – Ou era? Ou eu é que estou a ser injusto? Se te mandei embora desta vez, foi porque não gosto de verbos a meio, e muito menos verbos inacabados. E tu conheces-me. Se te vais embora, se te foste embora, faz boa viagem. Espero que encontres os teus sonhos, mas não me culpes pelas noites mal dormidas da tua parte. Não me culpes pela minha falta de interesse em falar contigo. – Porque tudo isto é culpa dos teus verbos. Culpa cada um deles. Culpa a tua falta de humor, a tua falta de carinho a maior parte das vezes. Eu posso culpar a minha falta de tempo, algumas vezes, mas pelo menos soube amar. Enquanto tu não o sabias fazer, pelo menos comigo. Só amavas de vez em quando e disso eu não preciso.

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